Roberta Rodrigues
Goiânia - O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Universidades, da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Talles Barreto (PSDB) apresentou, nesta quinta-feira (5/9), o relatório final com a conclusão dos trabalhos realizados pela comissão. "O objetivo maior é esclarecer para a sociedade sobre o que está ocorrendo em relação ao curso superior de graduação e pós-graduação, em Goiás", ressaltou Talles Barreto em entrevista exclusiva ao jornal
A Redação.
De acordo com o deputado, a CPI das Universidades foi instaurada após várias denúncias em relação a cursos irregulares e, inclusive, venda de diplomas. "Nós percebemos um clamor da sociedade", explicou Talles Barreto, dando o exemplo do aumento de cursos superiores de curta duração para concursos da Polícia Militar e de agentes prisionais.
"Detectamos várias falhas dentro do ensino superior e, fazendo esse levantamento, o nosso relatório fechou de uma forma importante para poder orientar a sociedade e evitar esse prejuízo, essa perda de sonho e de tempo para sociedade. Não tenho dúvidas que ainda teremos grandes frutos na atuação", afirmou.
Apuração
Conforme citado no documento, o inquérito parlamentar demonstra que as irregularidades praticadas no setor de educação superior se espalham não só pelo território goiano, mas também por todo o território nacional.
"É uma situação muito difícil, em virtude que tem muitos cursos a distância", destacou Talles Barreto apontando a falta de fiscalização como o ponto forte elencado no relatório.
"A proliferação de instituições de ensino acabou modificando o segmento e vai cada vez mais dificultando para manter essas estruturas físicas. Temos que cada vez mais nos adaptar ao novo, modificando esse segmento que hoje enfrenta dificuldade.", declarou o deputado.
Ao todo, dez universidades foram citadas no relatório da CPI que, entre outras demandas, solicitou que a Faculdade de Piracanjuba (FAP) e a Faculdade de Itapuranga (FAI), cadastradas no sistema federal de ensino, não ofertem cursos fora do local de credenciamento. Assim como foi pedido que FAP não oferte qualquer curso de complementação de educação física; e que a FAI cesse a oferta de qualquer curso superior sequencial.
Próximos passos
O relatório será entregue para o ministro da Educação na próxima semana e encaminhado também ao Ministério Público Estadual e Federal, para que adotem todas as medidas judiciais e extrajudiciais a fim de apurar os fatos denunciados no relatório. É o que afirma o deputado Talles Barreto, destacando que a atuação da comissão não termina com a conclusão do documento.
"Vamos encaminhar o relatório para as prefeituras no interior para que as mesmas não recebam esses cursos em suas cidades e não emprestem suas estruturas físicas para essas atividades, porque isso acaba legalizando esses cursos irregulares perante a sociedade. Vamos fazer agora um trabalho de orientação para que possamos contribuir para que isso aconteça de uma forma bem menor", frisou.
Conforme afirma o deputado, após a conclusão do relatório outras denúncias foram recebidas, o que demanda novas ações da comissão para evitar essas irregularidades no Estado. "Teremos outras iniciativas ainda, temos que estar alerta", concluiu Talles Barreto.